Pesquisar este blog

quinta-feira, 20 de junho de 2013

CURSO DE COMÉRCIO E DISTRIBUIÇÃO DE LIVROS IMPRESSOS E DIGITAIS

CURSO DE COMÉRCIO E DISTRIBUIÇÃO DE LIVROS IMPRESSOS E DIGITAIS





As novas tecnologias crescem exponencialmente, entre todas, as que estão mudando o futuro próximo da educação e das práticas de comunicação e interação interpessoal: a Web 2.0 (facebook, twitter), smartphones (iPhone, Android e celulares com acesso a Internet em geral), Tablets como o iPad, livros eletrônicos, realidade aumentada e aplicativos na nuvem (Google Docs, Facebook).
Como determinar quais novas tecnologias podem integrar as práticas comerciais e de produção? Quais serão as ferramentas e tecnologias mais amplamente utilizadas no meio empresarial, editorial e educacional nos próximos anos. O objetivo desse curso é fazer um laboratório prático que demonstre os métodos tradicionais, as novas tecnologias e seus possíveis usos, sendo que várias demonstrações serão feitas com a participação de toda a turma interagindo junto.

sábado, 16 de março de 2013

Escrito em Bit´s - O Cordel da Festa no Céu







Minhas mãos escolhendo um livro que quero levar para a
cama ou para a mesa de leitura, para o trem ou para dar
de presente, examina a forma tanto quanto o conteúdo.
Dependendo da ocasião e do lugar que escolhi para ler,
prefiro algo pequeno e cômodo, ou amplo e substancial

(Manguel, 1997)



Desde os primórdios os leitores exigiram livros em formatos adaptados ao
uso que pretendiam lhes dar, as tabuletas mesopotâmicas eram geralmente blocos de argila quadrados, com cerca de 7,5 centímetos de largura; cabiam
confortavelmente na mão. Um livro era composto por várias tabuletas, guardadas numa bolsa ou caixa de couro, de forma que o e leitor pudesse pegá-las uma após a outra. Independente do que o leitor pudesse desejar, o formato de um livro era limitado (Manguel, 1997:149).


O Cordel da Festa no Céu, é texto de Hardy Guedes, uma versão interativa do Conto Tradicional do Brasil, “A Festa no Céu”, uma história anônima em sua autoria, recolhida da voz do povo por Luís Câmara Cascudo, um dos mais importantes pesquisadores e estudiosos das raízes étnicas do Brasil. Os folcloristas também denominam de conto etiológico por ser inventado para demonstrar as características, forma, aspecto, hábito e disposição dos animais, esses, dotados de qualidades, defeitos e sentimentos humanos como a esperteza e a astúcia, muitas vezes são as armas que um animal dispõe para enfrentar seu inimigo mais forte. Nesse iBook (android) as crianças podem identificar os animais e suas características, se divertir com as animações do sapo, da andorinha, da onça, do urubu, da raposa e conhecer uma das fábulas mais populares do Brasil. 

Acompanhando a cultura do livro e da leitura, vemos que “a argila era conveniente para fazer tabuletas e o papiro podia ser transformado em rolos manuseáveis”, entretanto, ambos eram portáteis. Mas,nenhum dos dois era próprio para a forma de livro que substituiu tabuletas e rolos. O códice de pergaminho logo se tornou comum dos livros para autoridades, padres, viajantes, estudantes e todos aqueles que precisavam transportar em boas condições seu material de leitura. Portanto, sendo necessariamente pequenos, cresceu em tamanho e número de página, tornando-se, “com os poderes mágicos de um objeto pequeno o suficiente par acaber na mão e, ao mesmo tempo, ser portador de uma infinidade de maravilhas.


Nascidos digitais, os Tablets pretendem reinventar o modo como lemos, ao transformar o papel em bits. A industria já começa a se movimentar, Esse aplicativo foi desenvolvimento em formato  Android  2.0 para os Tablet´s Galaxy Tab, Xoom, Iconia, Playbook e Touchpad de 7” e 10”, exclusivamente, para a Módulo Editora como modelo de negócio de migração de conteúdo de livro impressos para o formato digital e ainda não disponível para comercialização. 

Os mercados culturais se extendem graças a expansão da oferta de produtos, este processo está se convertendo de uma economia baseada em hitsbestsellers em outra formada por nichos , no qual o mercado se expande pela difusão de produtos específicos. Vários fatores influenciam essa transformação, como o desenvolvimento de sofisticadas tecnologias como os softwares de busca e filtros que nos permitem encontrar o que buscamos e identificar produtos similares, além de facilitar a produção, difusão e distribuição em rede. Este fenômeno, batizado por Chris Anderson como “cauda longa” está transformando o mercado de bens culturais, uma loja virtual como a Amazon oferece aos seus clientes milhões de conteúdos, muito mais do que cabe na maior livraria física conhecida.

Fatos como esse nos obriga a reescrever a economia do livro e sobretudo a dos novos profissionais e editores, a reposicionar suas estrategias de desenvolvimento, inserção e expansão no mercado editorial. Todos esses processos e tendências que mencionamos ao longo desse trabalho, fazem com que a economia na qual estamos imersos, servem de alerta para que os editores e profissionais no livro mudem suas apostas e pensem numa possibilidade de reconfiguração que abarque uma nova figura no cenário, o usuário/leitor.







ou veja pelo http://www.youtube.com/watch?v=BWE8ne36o0k

https://www.youtube.com/watch?v=KMPRWqE4_Rg





Descrição técnica do projeto - migração de conteúdo impresso para formato digital interativo

Planejamento, avaliação de mercado, posicionamento editorial, canais de comercialização, desenvolvimento de App, roteiro de animação, trilha sonora, ilustração, animação e implementação.

Educação Infantil – crianças a partir do 4 anos

Tema principal: Cultura Popular

Temas transversais: Ética, cidadania,  pluralidade cultural.

Interdisciplinariedade: Música, Ciências, História, Geografia, Artes, Língua e Literatura Infantil;

 Objetivos: Desenvolver habilidades e competências dentro dos níveis estruturais da linguagem escrita; Despertar o gosto pela música, leitura e pelas artes  ampliando seu vocabulário e desenvolvendo a linguagem oral e escrita; estabelecer algumas relações entre o meio ambiente e as formas de vida e a importância da preservação das espécies  para a qualidade da vida humana;





Curso - Produção Editorial: O negócio do livro

O livro no mercado editorial e na história da cultura e da comunicação tem sido estudado do ponto de vista de várias disciplinas: teoria da leitura, crítica literária, história do livro e da leitura,  nesse curso trago a ótica da administração, do empreendedorismo e da gestão de novos negócios.  A primeira pergunta é: Qual é o seu negócio no negócio no negócio do livro? Editor, revisor, tradutor, produtor editorial, assessor de imprensa, designer?

Ementa: Como elaborar um plano de negócios, o mercado global do livro, as novas tecnologias e o mercado, a estrutura organizacional de uma editora, como criar metodologias de organização e controle na produção editorial: implementar critérios de qualidade editorial, gerir etapa por etapa a edição  de livros - tradução, preparação de originais, revisão, projeto gráfico, diagramação, impressão, migração de conteúdo, produção de livros interativos (ios, android).









Interações dialógicas e construção do conhecimento

Esse artigo escrito em 2009 é pura interação dialógica, resultado de várias leituras minhas e do André, conversas no bosque da PUC-Rio, sonhos que se transformaram no de uma plataforma de informação e disseminação da cultura (música, fotografia, filme, artes plásticas e artigos científicos). Um artigo científico na mão de um poeta virou música.http://www.youtube.com/watch?v=0kXOMoV8qIA

 "A aprendizagem e a construção do conhecimento são, pois, concebidos como aspectos integrantes da prática. Prática em articulação com a teoria, aliando sonho e ação"
 

Interações dialógicas e construção do conhecimento

André Moura e Elisângela Alves
Cátedra UNESCO PUC-Rio de Leitura
                                                                
                                                                

A condição da existência humana no mundo nos impele a trafegar constantemente em instância dialógica. O indivíduo em interação com a natureza, em integração com a cultura, em debate com seus anseios reprimidos e desejos manifestos. O ser em embate com o transcendente, em xeque com o incognoscível, em diálogo com o outro... A relação entre as dimensões da identidade e da alteridade se dá na mesma clave que trama e urdidura no tear. Identidade e alteridade em um tecido bem trançado, pois o que seria a relação com o outro senão a relação com si mesmo? Com as devidas lacunas a serem preenchidas de modo incessante.  
Cumpre recordar que a relação do homem com este mundo dialógico que o cerca – em eterna busca do conhecimento – acontece por intermédio de sua interação com a linguagem. É a  palavra que nomeia a realidade, organiza o questionamento, que desconstrói a realidade por ela anteriormente nomeada. Viver em uma sociedade que transmite a produção de seu conhecimento através da palavra falada, escrita, sinalizada ou transmitida por pixels é ler nas entrelinhas o reiterado plano da dualidade. Como uma ponte, para se construir um diálogo, há que se ter dualidade: duas margens, duas pontas.  Duas perspectivas, dupla porta. Entreaberta. Sob o signo do sentido bífido, travam contato tanto dualidade quanto duplicidade.
Como se puxássemos o fio de metafórica meada, vale convocarmos o “cantor da polifonia” Mikhail Bakhtin. Segundo o pensador russo “toda palavra comporta duas faces”. A face de partida, palavra emitida e a face de chegada, palavra do destinatário. A troca – em diálogo – com o outro se expande em uma relação com os indivíduos mas também fenômenos, com os objetos, o mundo é o interlocutor. Outro trecho luminar do pensamento de Bakhtin “toda palavra serve de expressão de um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em relação à coletividade.” Poderíamos inferir que a relação dialógica guardaria em si uma dimensão triádica, na qual o terceiro elemento é a coletividade? Sabemos que o diálogo é composto do falante, do interlocutor e da língua, ou melhor, num sentido mais abrangente, da linguagem. Em realidade, Bakhtin reforça que o dialogismo se insere em uma perspectiva sociocultural. Ou seja, o falante estabelece um “contrato” com o interlocutor, que influenciará o locutor, que terá seu enunciado alterado tanto na organização quanto na estrutura.          
A literatura, a arte, de modo geral, é prolífica em apresentar personagens em conflito com a sombra, com o espelho, com o reflexo, a alma, o outro. Alice através do espelho; Dorian Gray e seu retrato; a rainha-madrasta de Branca de Neve e o seu espelho bancando o oráculo e por que não? – considerando a vaidade como vereda do destino – verdadeiro algoz? Narciso encantado pelo próprio reflexo – fundador da auto-consciência – ou a nova teoria da alma humana, no prisma de Machado; e Guimarães Rosa, para citar apenas uma de suas “estórias”, ao engendrar seu diálogo de espelhos,  peça de ourivesaria espelhada no conto do Mestre, estilhaçando-nos com sua pergunta: “– Você chegou a existir?” Seriam infindáveis os exemplos do espelho como espaço de experimentação. Outras vezes é o interlocutor que se assemelha ao reflexo, induzindo à reflexão por parte do locutor, nos diálogos que tanto podem ser duetos ou duelos. A boneca Emília e o sábio sabugo Visconde; Édipo e a esfinge; Caim e Abel; a presença do outro que faz as vezes de comparsa, de cúmplice, na condição de contraponto, numa interação dialógica da voz e com sua contraluz.
Para a construção do conhecimento, todo e qualquer conhecimento, é necessário o conhecimento do outro, a consciência do saber diverso que o interlocutor traz é básico, é ponto de partida para adenar o argumento. Tão fundamental ao pensamento, pois é na relação de alteridade que se instala a crítica, é o crítico (que pode ser o auto-crítico) que instaura a perspectiva responsável pela justa medida. Pois o pensamento pode ser embriagante, entorpecedor, alienante como na alegoria platônica d´O mito da caverna. Nunca é demais resgatar uma boa história, fábula ou mito. A parábola escrita pelo filósofo em “A República”, além de sua discussão central entre essência e aparência, discute a importância do diálogo, da alteridade, da opinião dissonante no processo epistemológico. Recordando aquele único habitante da caverna  que se liberta dos grilhões e que, após ver a luz e a realidade fora da caverna, entra em contato com a verdade filosófica por oposição às crenças e superstições, é o diálogo com esta outra realidade que faz que ele construa um novo paradigma. E supondo o seu retorno a fim de libertar seus companheiros, o embate com os ainda acorrentados é uma interação dialógica que pode fazer com que ele reforce sua filosofia ou mesmo a descarte.          
O dialogismo que tanto ocorre na dimensão ontológica, enquanto fenômeno, voltado para o sujeito e também em nível epistemológico, quanto existe como conceito, direcionado para o objeto pode ser capaz que atender problematizações que ultrapassam processos lineares ou linearizantes, analíticos, que não operam na interface, reduzindo a complexidade pós-moderna. O dialogismo, o diálogo compreendido de forma plural enquanto locus e processo de construção intersubjetiva de sentidos. São as várias vozes que dão ao saber um caráter polifônico que começa a se aproximar do que a realidade encerra. A aprendizagem e a construção do conhecimento são, pois, concebidos como aspectos integrantes da prática. Prática em articulação com a teoria, aliando sonho e ação.