Pesquisar este blog
domingo, 25 de abril de 2010
O Livro e o leitor
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Em meio às incertezas, as possibilidades
Impressões sobre a palestra do economista Fábio Sá Earp
Cátedra UNESCO de Leitura PUC - Rio
Aluno: Sérgio França, turma 2009.2
Módulo: O negócio do Livro – prof. Elisângela Alves
O que é o livro no Brasil?
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Livro eletrônico ou livro de papel?
A Cátedra UNESCO de Leitura PUC-Rio, recebeu na terça-feira, dia 13, o economista Fábio Sá Earp, para uma palestra aos alunos do curso, A Produção do Livro: do autor ao leitor, na qual explicou sobre a economia da cadeia produtiva do livro.
Já Antônio Laskos, da SNEL (Sindicato Nacional de Editores de Livros) participou na quinta-feira, 15, onde falou num tom bem otimista que a pesquisa de mercado é fundamental. Sobre a leitura digital, ele afirmou que os leitores terão uma opção a mais para trabalhar, escolherão entre o livro ou o iPad. Laskos acredita que a tecnologia não será nunca contra a informação.
Entre tantos palestrantes que expõem suas opiniões, há os que dizem que esse “Negócio do Livro” não é lá tão lucrativo, enquanto outros afirmam categoricamente: “esse mercado dá é dinheiro”. Ficam algumas indagações para alguém como eu que futuramente pretende ser uma editora. De fato, faltam mais esclarecimentos.
As opiniões se divergem quanto se o livro tradicional irá acabar ou não, mas é bem verdade que se isso for acontecer vai demorar – e tenho esperança que vai demorar mesmo – não que eu esteja totalmente contra o livro eletrônico, mas ainda prefiro ler o meu livro, sentir o seu cheiro, ficar por horas sentada lendo e lendo. Quero ler e continuar a imaginar, não quero que a tecnologia faça isso por mim, no que depender de mim ainda vou resistir a essa tecnologia, embora, claro, eu ache que como uma futura editora tenho que me adequar a essa nova mídia.
Na época de estudante de jornalismo, muitos especialistas da área previam que a tecnologia digital colocaria fim ao jornal de papel quando na verdade os fiéis leitores do jornal impresso não desapareceram; eles diminuíram, mas não ao ponto de acabar com o jornal impresso o que vinha sendo muito discutido desde a expansão da internet nos anos 90. A televisão também não acabou com o cinema nem com o rádio. Os meios tendem a conviver.
Por isso acredito que o livro tradicional não vai acabar mesmo com todas essas vantagens do livro digital. Prefiro ficar com o meu livro de papel.
* Mônica Ferreira é jornalista, futura editora e aluna do curso de pós-graduação: A Produção do Livro: do autor ao leitor da PUC-Rio.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
O livro e as novas tecnologias: uma opinião otimista
A história nos mostra que quando as novas tecnologias chegam, são para ficar. Não há como escolher se a queremos ou não, se vamos permanecer com os velhos métodos ou aderir aos novos, somos invadidos por elas. Podemos, particularmente, escolhermos não usar uma delas, como um telefone celular, por exemplo. Mas não há dúvidas que ele invadiu as nossas vidas, dominando a vida profissional e pessoal, de adultos e de crianças. E até salvando vidas, ao ser usado por um pedreiro que caiu de um precipício em São Paulo para chamar os bombeiros ou por um homem nos escombros do World Trade Center para dar sua localização exata. Então, querendo ou não, vamos ter que usá-lo um dia e até vamos agradecer por conseguirmos localizar um pessoa em algum momento difícil de nossas vidas.
Por isso, ao nos depararmos com essas novidades tecnológicas, não cabe a discussão sobre se elas são boas ou ruins, se substituem ou não tecnologias anteriores, como defende o filósofo estudioso do assunto Pierre Lèvy. Mas sim nos cabe pensar sobre que uso podemos fazer da invenção em questão.
Assim, em face aos iPad, Kindle, Sony Reader e demais aparelhos digitais de leitura que surgem cada vez mais rápida e aprimoradamente, por que pensarmos em se vai ser ou não o fim do livro? Temos que pensar, sim, em que formato vai ter o livro daqui por diante, de que maneira podemos aproveitar tais tecnologias para deixar o livro ainda mais atrativo e como essa nova forma de se transmitir informações vai interagir com a sociedade.
Pensando não como leitora, mas como profissional do mercado, não me assustam as novas perspectivas. A importância do editor, do revisor, do designer gráfico e de todos os demais profissionais que trabalham para a existência de um livro não tem relação direta com o formato no qual o mesmo é produzido. Todos esses trabalhadores continuarão a existir e a desempenhar seu papel fundamental no processo editorial. O surgimento dos computadores e, principalmente, dos softwares de diagramação, como o já obsoleto PageMaker, por exemplo, acabaram sim com os antigos ilustradores que faziam as páginas dos jornais por meio de um trabalho artesanal de corte e colagem de letras, blocos de texto e figuras. Mas também criou novos designers, ou modernizou os que conseguiram se adaptar às novas tecnologias, contribuindo para a evolução do conceito de diagramação existente até então. Assim, o trabalho do diagramador em um jornal sempre existiu e continua a existir, o que mudou foram as ferramentas utilizadas e a forma de se fazer o trabalho.
Por isso, acredito que pensar no fim do livro é uma questão de menor relevância no momento atual. Pode ser que ele acabe sim, da forma como o vemos hoje, e é muito provável que sim. Mas, quando chegar essa hora, talvez já nem nos importemos mais. Ou talvez quem veja esse fim não sejamos nós, mas sim nossos descendentes, já tão acostumados aos novos meios que nem perceberão o fim do livro. Afinal, depois que o aparelho de DVD foi lançado e barateado a ponto de todos poderem adquiri-lo, ninguém lamentou o fim do videocassete... O importante mesmo é que tanto os profissionais do livro como os leitores não ficarão desprovidos do mundo mágico das letras. Com certeza encontraremos diversas maneiras de produzir, vender, garantir direitos autorais e sanar todas as demais preocupações que enchem nossas cabeças atualmente, sem abrir mão desse instrumento transportador de sonhos, ideias, saberes e conhecimento que é o livro.
* Jornalista, editora e revisora de livros, e pretensa futura escritora
(para o módulo O Negócio do Livro, do curso de pós-graduação A Produção do Livro: do autor ao leitor)
terça-feira, 20 de abril de 2010
Duas palestras e um autor sem voz
Na semana passada, a Cátedra da PUC recebeu dois representantes – Fábio Sá Earp e Antonio Laskos – na tentativa de melhor explicar o chamado “negócio do livro”. Earp e Laskos expuseram prós e contras de um universo que, até segunda ordem, é para poucos; o que não deixa de ter um quê de contradição quando pensamos em livros e cultura em geral como elementos originalmente gratuitos e básicos para a evolução de uma pessoa, um grupo ou uma sociedade.
Esqueçam o lado romântico. É um negócio, tão lucrativo ou espinhoso quanto abrir uma academia de ioga, uma banquinha de sucrilhos ou vender armas para o Talibã. Possui índices, cotações, está sujeito a crises e picos de expansão, ações e reações de governos, e certamente reza pela cartilha segundo a qual não existe almoço grátis (lá em casa, aliás, existe, mas certamente não para a maioria dos editores tupiniquins e estrangeiros...).
Dirá o autor: “Malditos sejam esses economistas, estatísticos e seus números!!! Eu quero publicar meu livro porque eu gosto de escrever! Eu quero ter um dilúvio de feedbacks e um maelström de críticas quando meu livro for publicado!!!”. Que pena. É um negócio, e não uma casa de caridade. Apesar de editores e demais profissionais do setor terem afinidade (i.e. tino comercial) com os mais dispares autores – sejam estes magos-arroz-de-festa ou adolescentes-ratos-de-shopping –, tiros no escuro estão proibidos. Na melhor das hipóteses, reze para que o governo compre seus livros.
De fato, mui chateado ficará o autor ao saber que boa parte dos lucros de muitas editoras termina contabilizada em gastos “pessoais” do editor, aumentando a imagem daquilo que se convencionou chamar “executivo-editor”, uma espécie de Roberto Justus versão livreiro. Pior: um executivo que não raro choraminga por causa de alguma crise do mercado mas que, por uma dessas matemáticas da economia globalizada, não vai parar numa pensão de quinta no Centro.
Ao analisar o que foi dito por Earp e Laskos, este vosso humilde escriba tem a impressão de estar no filme “Um Lobisomem Americano em Londres”, de John Landis. Mais precisamente na cena em que os dois protagonistas perambulam por um campo nebuloso à noite, sem noção de onde estão ou do que os rodeia. Mas certos de que boa coisa não é.
* Carlos Eduardo Ferreira Guimarães é jornalista, escritor e aluno do curso de "Produção Editorial", pós-graduação da PUC-Rio.
Cadeia produtiva do livro: pessimismo, otimismo e ocultamentos
Na fala dos dois, ocultamentos precisam ser preservados. No discurso pessimista de Earp revelou-se por provocação da assistência uma informação envergonhada. As retiradas são contabilizadas como despesas e não como lucro, que, em regra, quase não existe! Será preciso passar-se por setor frágil para se manter no jogo do mercado? Ou a iniciativa privada brasileira faz o discurso conveniente ao interlocutor da vez, mesmo correndo o risco de mostrar-se contraditória? Em que momento a intervenção do Estado é interessante, em que momento é dispensável?
Laskos, por sua vez, quer oferecer otimismo. Parece ver o mercado como um cheque pré-datado, virtualmente potente, mas que, de fato, ainda vai acontecer. Somos o país do futuro afinal, e nesse discurso cabem promissoras tecnologias digitais, com recursos nunca antes pensados na história deste país! Bem, esse já é um outro discurso! Devemos sorrir para esse país do futuro, mas também deveríamos cuidar desse mercado ainda muito mal entendido dos livros impressos, em toda a sua cadeia produtiva. Tantos ocultamentos fazem-nos, alunos, especular que uma fração desse desconhecimento é conveniente para, pelo menos, parte de seus agentes. A História nos mostra que o Estado já cobriu dívidas de editoras, e ainda é um seu comprador de substância, para manter boa parte das editoras nacionais.
A falta de clareza de como funciona a cadeia produtiva do livro no Brasil constitui um problema para quem é novo e quer se estabelecer no mercado. As grandes empresas editoriais brasileiras passam também por uma reformulação. Algumas são compradas, parcial ou integralmente por multinacionais, sobretudo as espanholas. Outras ainda procuram manter-se encasteladas em suas rotinas, para que “o pulo do gato” não seja revelado, e seus privilégios (até quando?), de alguma maneira, sejam mantidos. Poucas parecem ter acordado para uma verdadeira modernização desse mercado, mas já capacitam seu material humano, além, claro, de investir em novas tecnologias. Tudo diferente disso concorre para uma miopia de mercado, que só o estagna em seu aparente conforto.
domingo, 18 de abril de 2010
A pergunta da vez
O mercado editorial

As editoras estão modificando a política de trabalho na intenção de ter uma adequação nesse novo mercado. Porém, nem grande parte da população brasileira tem acesso aos leitores digitais já existentes, quem dirá o iPad. Com pouquíssimos títulos publicados em língua portuguesa, esses aparelhos não estão disponíveis no "mercadão popular". Nos Estados Unisdos e em quase todos os países do continente europeu, os eReaders convivem em harmonia com o livro de papel.