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sexta-feira, 23 de abril de 2010

O que é o livro no Brasil?

* Por Frini Georgakopoulos



Vou tentar aqui escrever o que entendi a grosso modo, e resumido, das palestras – de Antonio Laskos e Fabio Sá Earp – e da literatura dada para as mesmas.


Em números absolutos, produzimos e vendemos poucos livros. Segundo estudos realizados, algo entorno de dois livros por habitante (per capita)  por ano são comprados no Brasil contra algo em torno de 9 por habitante  por ano em alguns países do primeiro mundo (estamos falando de dois específicos: Japão e EUA). Não importando o tamanho do mercado, esta claro que tudo é pouco no Brasil. A razão da pouca leitura passa por dois principais fatores, embora vários outros exerçam esta função, vou concentrar nos que considero os mais importantes, para não me estender em uma discussão  que nos levara a vários outros aspectos que não cabe aqui envolvê-los, por tomar um tempo enorme, e desviar da atenção especifica à que queremos compartilhar, que é a venda e distribuição do livro no Brasil.

-A baixa escolaridade de nosso povo com as dificuldades envolvidas na melhoria do aprendizado tão tradicional por aqui. A má distribuição de escolas públicas e professores dificultou ao longo dos anos a formação do habito da leitura, com baixos salários dos professores do ensino médio, falta de bibliotecas nas escolas publicas, são fatores que ajudam a não proliferação da leitura.

-O custo do livro proporcionalmente a renda per capita do brasileiro que, é alto para nossos padrões econômicos. Independente da renda do brasileiro, a indústria do livro tem um parque industrial que raramente, ou só quando para o governo, didáticos em geral e Best  Sellers consegue ter uma larga escala produtiva, justificando uma grande tiragem. Ainda assim, esta grande tiragem no Brasil não passa de algo quase mediano no rico mercado do primeiro mundo. Então, ainda que tenhamos uma boa qualidade nos equipamentos instalados no parque gráfico, não temos como reduzir custos por causa das pequenas tiragens produtivas.

O mercado do livro no Brasil tende a ser crescente, não de forma vegetativa, mas sim de forma absoluta. No entanto, será tanto maior quanto melhor for sendo a escolaridade e a riqueza da população, pois no mundo atual o mercado atua como "bricolagem" de culturas e interesses que atingem diretamente os mercados locais, tornando-os globais.

No custo do livro não se deixa de comparar o marketing existente em países desenvolvidos, forte, rico, audaz e atuante. Por outro lado, aqui a dimensão do marketing esta limitada aos objetivos que o mercado permite ter.

O mercado mundial do livro hoje, esta sobre a pressão do livro digital, já sendo, em alguns países, largamente utilizado (principalmente nos EUA, onde mais de 17% dos leitores tem acesso ao livro digital). No Brasil estamos começando a sofrer esta influencia, mas acredito que há um longo caminho pela frente, já que podemos afirmar que se os livros no Brasil são um dos mais caros do mundo, em termos relativos a renda per capita, que dirá sendo digital, que implica numa tecnologia digital, como aparelhos com leitura digital (e-books, Ipads, computadores), embora consigamos ler livros através dos computadores ligados a internet, no Brasil o acesso a internet ainda e precária, se levarmos em consideração todo o território nacional, a uma enorme carência, e preços proibitivos.

O Brasil de dimensões continentais tem tudo para ser uma potencia na leitura, só depende da vontade política e privada.


Curso: A PRODUÇÃO DO LIVRO: do autor ao leitor.
             Cátedra UNESCO de Leitura PUC - Rio
Aluna: Frini Georgakopoulos, turma 2009.2
Módulo: O negócio do Livro – prof. Elisângela Alves

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